 |
| Rogério Ceni após eliminação na Copa Libertadores de 2015 (Foto: Divulgação) |
Mais uma segunda-feira triste que chegará para o torcedor
são-paulino. Mais uma segunda-feira que seremos obrigados a aguentar
brincadeiras de mal gosto com nosso time, coisa que para muitos é visto como
besteira, mas não... uma hora cansa! Uma hora cansa ser tão humilhado, achatado
e constrangido. As desculpas de ‘maior campeão internacional do Brasil’, ‘mais
vezes campeões mundiais’ estão perdendo a graça. Vejo torcedores rivais
afirmando que São Paulino vive de passado e costumo retrucar, mas já estou
perdendo as forças. Por favor São Paulo, me ajude!
Talvez alguns leiam este texto e pensem “que drama”, o
Dorival vai chegar e vai resolver. Quantos chegaram para resolver? E quantos
resolveram de verdade? Alguém sabe aonde está o problema? Por que a gente muda
tanto e ao mesmo tempo não muda nada? Será que vender a geração 6a1 é mesmo um
progresso para o caminho das glórias? São muitas as perguntas, e parecemos
nunca chegar nas respostas, na solução do vexame que virou se apoiar no seu
passado, porque o seu presente não te representa. Não representa você,
torcedor, que vai ao Morumbi com 12 graus em uma segunda-feira à noite só para ver
aquele templo maravilhoso, palco de tantas glórias, ver seu time entrar em
campo ao som de AC&DC. Não representa você, torcedor, que gasta dinheiro
com utensílios do São Paulo, sejam eles os mais caros ou os mais baratos. Você
que defende seu clube até a morte em meio à uma discussão e já não sabe mais o
que dizer para se defender além de “eu sou tri-campeão mundial”.
Eu, colunista do SPFC 24 horas, não tenho idade o
suficiente para ter visto o campeonato mundial de 2005, provavelmente eu devia
estar assistindo Teletubbies naquele momento e nem sabia o que era ser campeão
mundial. Hoje, adulta e fanática, assisto vídeos e homenagens de diversos
lugares e conto os dias para poder ver de perto uma conquista importante (não,
a Copa Sul-Americana de 2012 não conta), e cada ano que termina eu penso “talvez
no próximo”, e assim vai ano por ano, jogo por jogo, campeonato por campeonato.
Há seis meses atrás o que me arrepiava era ver o vídeo da
SPFCTV ‘Bastidores: Estamos na Semi, e vocês?’ um vídeo referente aos
bastidores da partida do São Paulo contra o Atlético Mineiro no Horto, na
Libertadores de 2016. Hoje já até perdeu a graça. Está ficando cansativo se
contentar com uma vitória no clássico uma vez por ano, se contentar apenas com
uma classificação sem ser acompanhada de título, ou se CONFORMAR com
eliminações vexatórias como contra o Juventude no ano passado e esse ano contra
o Defensa y Justicia.
Quando será que eu vou acordar e bater no peito que eu torço
para o São Paulo? Quer dizer, eu faço isso todo dia e até ando na rua com a
camisa em uma semana de derrota, mas não com todo esse orgulho... por dentro a paciência
está ficando escassa.
Ver meu clube em uma situação tão delicada (e que piora a
cada dia que passa), e não poder fazer nada é lamentável para um torcedor
apaixonado, seja ele o mais ou menos fanático. Algumas pessoas podem até não
entender, mas realmente, não é qualquer um que entende o que o futebol causa
dentro de nossos corações, ou seja lá qualquer outro órgão que vocês queiram
assimilar com os sentimentos humanos. Falando em uma linguagem não muito culta,
mas bem clara: é completamente louco o que esse esporte causa dentro de mim e
de outras milhões de pessoas pelo mundo.
E é por isso que eu peço a quem quer que seja o culpado, jogadores,
técnico, diretoria ou o tio da padaria: lutem por nós. Vocês, profissionais,
antes de serem o que são, na maioria das vezes famosos e ricos, com certeza
tinham um clube do coração ou um pai apaixonado por algum time, e entendiam
muito mais do que entendem agora, que o futebol significa dinheiro, o que é
esse amor que domina a gente. Esse amor que pode transformar meu dia: se vocês
ganham, estamos felizes. Se vocês perdem, estamos tristes.
Nós não podemos fazer nada, não adianta lotar o Morumbi
sendo que tantas vezes lotamos e vimos derrotas. Depende unicamente de vocês,
jogadores, se unirem por nós e por vocês também, jogar no São Paulo neste
momento pode não ser a maior alegria de um atleta, mas só vocês podem nos
ajudar, porque sinceramente? Quando esse clube é o São Paulo que o meu pai me
conta todos os dias, ele é simplesmente imbatível, inalcançável e glorioso. Me
deem a chance de ver isso? Eu também gostaria de poder contar para os
meus filhos o que é bater no peito e falar que o seu clube é o maior do mundo.
Salvem o Tricolor Paulista, enquanto eu rezo pedindo por
dias melhores!
Priscila Senhorães
2 Comentários
